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Dia de bater pernas! |
Começamos o dia indo em direção ao Morro da Queimada. A região era conhecida como Ouro Podre poque na época da febre do ouro aquele lugar era tão repleto de ouro que o metal estava "apodrecendo" tamanha quantidade que as pessoas não davam conta de retirar.
No entanto, nesta época iniciou-se a cobrança do quinto o que gerou uma rebelião que foi controlada de maneira drástica: o arraial foi queimado e, por isso, ainda hoje é conhecido como Morro da Queimada.
Ali pertinho está a Igreja Santa Efigênia. Esta é a igreja do famoso "Chico Rei", homem que na África era o soberano da sua tribo, e foi capturado por negreiros, com sua família e quase todo seu povo. Na travessia para o Brasil morreram sua mulher e quase todos os filhos, restando apenas um. Ao chegar a Minas, Francisco que era um homem forte e determinado, trabalhou duramente, e conseguiu amealhar um pecúlio, que lhe permitiu liberar o filho. Juntos trabalharam mais ainda, até que o pai pudesse tornar-se forro. Daí por diante foi mais fácil forrar um dos súditos, depois outro e mais outro, até que se reconstituísse um núcleo de negros livres com o que restou da antiga tribo.
Logo em seguida fomos até a casa dos Contos aonde o ouro era "formalizado" em barras e o quinto já era descontado. Toda a história de nossa moeda, desde o escambo até as notas atuais, está lá! E o mais impressionante é que a construção possuía uma senzala no subsolo aonde escravos ficavam a espera de serem comercializados/leiloados =/ ... é muito bizarro pensar que a escravidão era tão legalizada e organizada que o governo tratava de comercializar seres humanos e até emitia notas fiscais sobre a "posse" legítima dos escravos...
Também foi interessante ver a linha do tempo de nossa história de inflação que mudava a moeda quase a cada dez anos para cortar os inúmeros zeros que desvalorizavam nosso dinheiro.
Em 1876 foi fundada a Escola de Minas, a pedido do do imperador Dom Pedro II, na tentativa de dar novos rumos ao Brasil após a decadência do ouro. Era necessário gerar novos conhecimentos para aproveitar e extrair outros metais existentes na região (e a capacidade de exportá-los). Já em 1969, foi criada a Universidade Federal de Ouro Preto e este núcleo de conhecimento atrai inúmeros jovens que vivem em repúblicas incrustadas por toda a cidade!! A atmosfera é sem dúvida ritmada por este espírito estudantil que movimenta a cidade durante o dia e lota a rua Direita e seus barzinhos à noite.
Por fora, a Escola de Minas proporciona uma vista maravilhosa da cidade e, por dentro, é possível visitar as diversas alas do Museu de Ciência e Técnica (Astronomia, História Natural, Metalurgia, Mineração, Mineralogia, Siderurgia, etc...). O passeio vale pelas diversas descobertas desses acervos incríveis.
Por exemplo, o acervo do Museu de História Natural teve a sua origem com algumas peças trazidas por Gorceix da Escola de Minas de Paris, em fins do século XIX e foi sendo ampliado com o tempo, contando até com um acervo Paleontológico / Antropológico que apresenta os ossos do Homem de Lagoa Santa, que é um Homo sapiens sapiens, foi coletado por um grupo de espeleologia da Escola, em 1954, na região de Sete Lagoas (MG), e datado de 5 mil anos.
Ver a catalogação das pedras preciosas encontradas nas minas também é encantador!
O Julio adorou a ala de Metalurgia por causa das réplicas de fornos e equipamentos para produção de aço e ligas de ferro.


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